Catarse
É impossível traduzir acontecimentos únicos com palavras, ainda assim sempre tentamos.
Quem esteve no Beira Rio, ontem, à noite, viu o gigante crescer e se tornar um berço esplêndido onde todos os presentes viraram um só, sob a batuta do mestre/maestro Paul McCartney.
A noite encomendada com critério, com a lua mostrando apenas um sorriso tímido no céu, envolveu com delicadeza a multidão preparada para o evento.
Abertura? … poderia ter sido melhor, óbvio!
O momento mágico começou com o apagar das luzes e a inconfundível tensão que embrulha os estômagos e faz os pelos do braço ficarem ouriçados. Uma cumplicidade toma conta de todos; a multidão vira criança assistindo um mágico tirar coelhos da cartola pela primeira vez na vida!
É arrebatador!
Um show de mágicas simples e sinceras, sem dançarinas, lasers, efeitos tecnológicos, bundas e peitos de fora ou qualquer outra bobagem que se vê nos “grandes shows” por aí. Estávamos diante do grande mágico.
Grande show – o maior show da Terra!
Show forjado apenas por canções e, por isso, a essência de tudo que uma canção é capaz de fazer na vida de uma pessoa, transformou a sequência de mais de 30 músicas numa catarse sem precedentes na história da música contemporânea.
Como se isso não bastasse, a banda de rock que untou a multidão com toda competência e alegria, tinha plena consciência de que estava ali apenas para que seu líder falasse com cada um que estava presente na platéia. O senso era de que Paul estava falando comigo e, cada um que estava lá, tinha a mesma sensação: de que ele falava com as pessoas – indivíduos. Isso dá uma sensação de intimidade e cumplicidade que faz com que a experiência seja especial.
O show foi pra mim e pra mais 50 mil pessoas. Foi uma noite de 50 mil shows individuais. Foi pra cada um – foi pra todos!
Não preciso falar das músicas… elas falam por si só.
Não preciso falar do Paul… é, simplesmente, desnecessário.
Não preciso falar de nada…
Apenas posso dizer que não foi truque, foi mágica. E mágica não se explica.
Amanhã vou pra Buenos Aires ver o show de mágicas de novo! Quero mais!
Bjs,
nvs
P.S.- Digam-me, por favor, se estou exagerando ou se foi isso mesmo!
8 Comments
Que show foi esse?
Como voltar a trabalhar no outro dia depois de uma aula de palco de tamanha magnitude?
POderia continuar me perguntando Nei…
mas tu não estás exagerando…o show foi FODA!!!
Melhor da vida!!!!
nossaaaa
sem explicação!
e tu Nei falou tudo!
Nei!
Teu texto ficou maravilhoso… claro que o Show do Paul é único… é o melhor que já assisti também… é o melhor que nossa cidade já teve, um show que toca na alma… claro que toca na alma daquelas pessoas que tem alma… e acreditam em mágica, e em um circo perfeito, apenas de música e um mágico.
Nei, tuas belas palavras descrevem o que cada espectador viveu ontem, sem nenhum exagero… mas só quem esteve lá é que vai entender isso. Viva a música boa, sincera… viva o ‘missionário’ Paul McCartney, patrimônio cultural da humanidade!
não, tio! Tu não estás exagerando!! Foi simplesmente mágico e perfeito! Gostaria de ver mais mágica contigo em Buenos Aires..aproveita por mim também!!
beijoo da sobrinha,
Ju
Nei, escreveste teu texto com sensiblidade,criatividade e poesia.
Mostraste admiração de um artista para outro.
Só faltou tu teres aberto o show para ter ficado mais completo!
Completa teu encantamento em Buenos Aires!!!!!
Beijos.
Nei,
tu certamente não exagera em nada com essas palavras. O show foi sim, mágico.
A longa espera na fila, o sol escaldante, o show de abertura (o que foi aquilo?), a multidão inteira em “catarse”…
Foi o dia mais feliz da minha vida. Não posso dizer que foi um sonho porque não imaginei que isso um dia aconteceria. Digo que foi um presente que ele deu a cada uma das 50 mil pessoas. Saí do estádio muito melhor do que entrei e não esquecerei dessa noite “mágica”.
te esperamos em Caxias outra vez.
bjs.
Show do Paul, um dia depois do teu… o que mais poderia querer? Realmente, foi fantástco, mágico, luminescente. Ainda não me reencontrei. Parece um sonho lúdico que nunca mais se quer acordar. Tomara que exista uma segunda chance.
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