Melancolia
Acordei não muito cedo, mas saí logo de casa pra fazer as coisas que eu tinha me proposto a fazer pela manhã.
Fiz tudo e, logo antes de chegar em casa, parei numa sinaleira. Eu estava com o vidro do carro aberto e, olhando pro horizonte, vi as nuvens carregadas que traziam a chuva que se aproximava. Um vento quente me atingiu e, imediatamente, fui transportado pra minha infância.
Senti outra vez a melancolia de um dia quente e abafado que anuncia a chuva. Senti outra vez a despreocupação de quem não tem planos nem compromissos. Senti outra vez a leveza do pensamento infantil que vive o momento como ele é – sem arquitetar nada.
Senti melancolia.
Essa sensação durou uns poucos instantes, mas foi profunda e vívida. Logo minha cabeça retomou as rédeas da consciência e me trouxe de volta à sinaleira que tinha aberto e às coisas que já sei que tenho que fazer de hoje até o ano que vem!
Foi um momento interessante e, realisticamente, melancólico. Foi bom, na verdade.
Bjs,
nvs
1 Comment
Na verdade Nei, se é que posso te chamar assim, sinto esta melancolia todo o dia, e acho bom. Fui criada no interior, subindo em árvores, brincando na terra e na grama molhada. Gosto de sentir os cheiros e os sabores da infância, mas sinto por não ter mais essas sensações em Porto Alegre. Quando vejo o céu carregado e sinto o cheiro da chuva e da grama molhada na Redenção me realizo!! É uma pena a gente ser refém no próprio apartamento. Viver cercado de paredes e prédios, ficar tanto tempo sem ver o horizonte.
Rezo para que um dia meus filhos (se estes existirem)tenham a infância que eu tive, aprendam os mesmos valores (família sempre) e tenham contato perpétuo com a natureza.
Write a Comment