Onda Real
Em breve, surgirá uma horda de jovens que não fará parte das redes sociais, que não estará integrada às incontáveis possibilidades dos acessos virtuais, que não ficará seduzida pela chance de viajar sem sair do lugar. Esta horda instalará uma nova onda: a Onda Real.
Hoje, estar conectado nas redes sociais, nas suas mais variadas plataformas, é um simples atestado de contemporaneidade. Estar fora indica, com clareza, que você está velho – anacrônico!
Quase ninguém consegue estar fora desta teia que clama por seus gostos, promete descontos e reata amizades que o tempo já havia extinguido. É um jogo de pressão, um jogo perdido pra quem entra e pra quem está de fora. Um jogo de azar.
A Onda Real deve formar, sem organização prévia, uma linha de conduta, de escolhas e de valores – amorais. A formação da OR só será percebida depois que estiver em velocidade de cruzeiro e não quando estiver começando como uma tendência – sem cartilha. Será percebida e conceituada quando olhada em retrospectiva – em pleno curso. Não virará produto – será uma idéia.
A OR deve estar de acordo com o tempo e a velocidade das coisas; a percepção dos espaços a partir dos próprios espaços – não simulações 3D distantes; as experiências associadas ao tempo transcorrido para que estas aconteçam formarão a base de vivencias dos indivíduos e a reestruturação social.
A OR subverterá a atual aceitação social da facilidade/comodidade em troca da necessidade real das coisas. Necessidades criadas e facilidades sem propósito serão deixadas de lado, naturalmente.
A OR talvez já tenha começado, não sei… Não sei se será chamada assim, nem se, realmente, acontecerá. Mas tenho a sensação de que se faz necessária, não para tomar o poder ou o controle das coisas, apenas para que seja uma opção para as pessoas que ainda têm o hábito de fazer suas próprias escolhas.
Bjs,
nvs