Maior que o Mito
Fui a Buenos Aires assistir o Paul novamente. Uma noite só, em Porto Alegre, não bastou pra saciar a sede de boa música ao vivo.
O show de Porto Alegre foi impecável e, em minha opinião, melhor que o de Buenos Aires. Não quer dizer que o de lá tenha sido ruim – longe disso! Mas é que achei o Paul um pouco cansado… não sei, foi minha impressão…
Depois do show portenho fiquei pensando sobre a trajetória que Paul McCartney teve na sua vida artística. Iniciou a carreira na maior banda de todos os tempos, The Beatles (tá bom, eu sei que os Stoneanos acham que a Rolling Stones é a maior banda de todos os tempos… mas não é!!!), e alçou vôo numa carreira solo consistente e perene que nos presenteou com um incontável número de belíssimas canções.
O desafio de sair de uma banda como Beatles e conseguir manter por 4 décadas uma carreira brilhante, em minha opinião, sem precedentes na nossa história, faz com que já se possa dizer que o Paul é um músico único.
Mas isso não é tudo!
Olhando para o que temos em volta, musicalmente falando, não há como encontrar algum artista vivo ou morto que esteja perto do que o Paul significa para a música da humanidade. Alguns que não gostam de se comprometer vão dizer que estou dando uma de fã, exagerado… não é verdade, é apenas uma reflexão/constatação sobre a realidade. Pensem bem: vão dizer que Madonna, Eminence, Beyoncé ou mesmo Elton John e Luan “não sei das quantas” estão no mesmo patamar ou perto?!!…não, né!
Podemos buscar compositores clássicos e fundamentais como Bach, Chopin e Haydn ou mesmo Beethoven e Mozart. Não questiono a importância desses caras, pois foram grandes compositores, ainda que, pelo menos um deles, Bach, tenha terminado seus dias vivendo de favores e habitando os fundos de uma igreja. Mas se colocarmos esses caras juntos com outros grandes mestres reconhecidos – sem distinção de estilo – como Elvis, Tom Jobim, Vivaldi, Little Richard e tantos outros, por esse mundo afora, ainda assim, teremos uma diferença importante em relação ao que Paul representa e representará para a música.
Eu não estou dizendo que McCartney é melhor que os outros – isso é uma questão de gosto e não se pode discutir sem cair em algumas armadilhas triviais. O que quero dizer é que PM estabeleceu um patamar dentro da música que não tem precedente na nossa história. Digo na nossa história, em qualquer tempo, desde os primórdios!
Talvez ainda seja cedo pra falar isso, pois o tempo ajuda a mitificar.
Para alguns, pode ser que seja difícil aceitar o fato de que Paul é o músico mais “importante” de todos os tempos, mas tive esse insight e acho que com o tempo isso vai ficar claro. Isso parece verdadeiramente óbvio pra mim. Ah, e lembrem que ele ainda está vivinho da silva e produzindo!!!
Além de todo o conteúdo musical, é fácil constatar que Paul é um cara comum. Inclusive dá pra acreditar que ele vá ao banheiro como todos nós!!! …rsrs.
Enfim, depois de ter esmerilhado meus neurônios, percebi que o mito, a fama e a notoriedade atingidos pelo PM serviram apenas de instrumentos para que ele propagasse sua música. Estes instrumentos estavam, estão e estarão à serviço dele, não o contrário, assim como seu velho baixo Hofner.
Paul McCartney é o maior mito da Terra.
Paul McCartney é maior do que o mito.
Bjs,
nvs