A Dor

A Dor

A dor é a única coisa que consegue manter sua atenção 100% do tempo quando ela está presente. Quando você sente dor, nada mais consegue receber sua atenção, só a própria dor.
A dor é um estado diferente de todos os outros. É incomparável; é indescritível; é ciumenta e exclusivista.
Uma pessoa com dor desliga-se do resto e passa querer apenas uma coisa: não sentir dor e, por isso, dá atenção exclusiva à dita cuja.
Algumas religiões sabem bem disso, pois fazem seus fiéis passar por provações que infligem enorme dor. A dor provocada nestes rituais religiosos traça um paralelo à dor original sofrida pelos mártires, santos ou figuras endeusadas, mas, é claro, nunca é tão profunda e purificadora quanto àquela sofrida por eles – o que gera a culpa. Na realidade, a dor gerada pelas “provações de fé”, é um pequeno vislumbre da dor sofrida pelos mártires, cujo sacrifício foi sublimado pelo desapego ao próprio bem estar e à vida! Esse culpa, é o instrumento maior de manipulação das mentes fracas que, então, são submetidas aos dogmas religiosos.
A dor é, ainda, fonte de medo. Não a dor, propriamente dita, mas a possibilidade de senti-la. É o sofrimento antecipado, gerador de angústia e terror. É o que sentimos, normalmente, quando temos uma cárie e sabemos que temos que ir ao dentista. Aquele som da broca começa a soar e a atemorizar nosso pensamento: zzzzzzzz…
A dor é magnânima e absoluta. Pude sentir o poder da dor quando lesionei minha coluna. Duas hérnias de disco na região lombar me tiraram de combate e fiquei entregue e inerte por vários dias. A dor ainda me acompanhou por, pelo menos, oito meses, até janeiro passado. Hoje não abro a menor possibilidade para ela voltar. Cuido das costas como ovos levados no bolso.
A dor amedronta e aflige; a morte não. Acho que morrer não é nenhum drama ou sacrifício, é parte do processo natural que resulta na perda para os que ficam. Quem vai, “foi”. O que dá medo é a morte decorrente de um processo doloroso, como os de muitas pessoas com alguns tipos de câncer, que sofrem muito e passam à base de morfina. Isso realmente me comove e dá medo. A dor embreta!
A dor pode ser amiga quando nos diz pra tirar a mão do fogo porque está quente demais e vai causar algum dano irreparável se não tomarmos alguma atitude, tipo: tirar a mão do fogo! É o lado bom da dor. É o sentido da sensação natural que busca nos manter vivos.
A dor é, também, um balizador – um instrumento que nos referencia o prazer e o bem estar. A dor, vista desta forma, parece ser necessária.
Na minha vida, espero que a dor restrinja-se ao mínimo necessário para me manter vivo ou me alertar de algum perigo. Vou tentar me esquivar das chances que a dor aproveita pra nos ensinar, pois ela é uma disciplinadora rigoroso. Não sei tudo, só sei que não gosto de sentir dor.
Bjs,
nvs

Eu sei o que ele vai dizer…

Eu sei o que ele vai dizer…

Pensa bem. Quantas vezes você já deixou de dizer alguma coisa pra alguém porque você pensou:

- Eu sei o que ele vai dizer..

Por causa desse pensamento, você não fala, pois, afinal de contas, já sabe o que ele vai dizer!
Ora, nem sempre as coisas acontecem como achamos que acontecerão! Às vezes, nos surpreendemos. Mas só quando não supomos o previsível baseado em nossas medições do mundo!
Uma amiga me dizia que medimos o mundo pela nossa régua. Mensagem? Há réguas diferentes e, consequentemente, medidas diferentes para uma mesma coisa! Que loucura.
Por isso tantos psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e terapeutas têm clientes ad eternum.
É mais saudável achar menos e fazer mais; mostrar através dos atos a sua realidade; falar com ações; exemplificar através do exemplo e não da teoria.
Você ainda acha que sabe o ele vai dizer?
Ouça da boca dele!
Bjs e bom findi,
nvs

Água

Água

Desde pequeno, sempre adorei beber água. Tinha orgulho de tomar um copo cheio num só gole! Enchia um copão na torneira da pia e mandava ver!
Gostava de tomar água da pena – direto da torneira! Não tínhamos, naqueles anos, a preocupação com a origem da água. Toda água era boa. No máximo, usávamos um filtro de barro.
O meu gosto por beber exclusivamente água persistiu até a adolescência, quando descobri outros líquidos alternativos. Apesar de nunca ter abandonado a água, descobri outras bebidas que ofereciam serviços mais amplos do que simplesmente matar a sede.
Hoje em dia, tomo alguns litros de água por dia. Minha obsessão pelo líquido vital tem preferências claras dentre os muitos tipos disponíveis atualmente no mercado: tem que ser com gás natural, leve, litinada e na temperatura ambiente.
Papinho de louco, não?!….srsrs
A minha viagem de beber água com gás começou depois que um amigo meu, médico, me expor um argumento muito simples e contundente! Ele me disse, na metade dos anos ´80, numa das minhas várias idas ao Rio, onde ele morava, que só bebia água com gás porque não confiava que a água sem gás era, realmente, de procedência confiável – mineral. Ou seja, no Rio, a lei de Gérson vigora, então, quem garantiria que o rapaz do boteco da esquina, ou o vendedor de praia, não pegaria as garrafas vazias e encheria novamente com água da torneira? Infelizmente, ele tinha razão.
Passei a beber sempre água com gás.
O Brasil é um país afortunado, pois têm fontes de água maravilhosas! E, das muitas águas que já provei e continuo provando, tem uma que se destaca em todos os quesitos que me atraem no líquido precioso: Água São Lourenço, de Minas Gerais.
Não é à toa que a Perrier, famosa água mineral francesa, é, hoje em dia, proprietária da São Lourenço.
Provem! É fácil de encontrar nos supermercados e tem a garrafa pet verde, que facilita a identificação. O preço não é muito diferente das outras marcas de água mineral.
Costumo consumir, só dessa água um pack com 6 garrafas de 1,25 litros, por semana, fora a água que trago do sítio que uso pra fazer café, chá e outras coisas.
Beber água é um hábito. Considero uma virtude, na verdade.
Voltarei a falar sobre água, sobre o nosso aqüífero Guarani, os produtos travestidos de água e outros assuntos relacionados…
Bjs,
nvs

Internet

Internet

Tenho buscado conhecer as ferramentas que a internet nos fornece para que a gente se comunique. Abri uma conta no twitter. Vamos ver o que rola; vamos ver se vou gostar.

Eu vinha editando os post que faço aqui no blog no myspace, também, mas vou parar de fazer isso. Talvez abra uma conta no blogspot…

Que confusão, né?! Pra que tanta coisa…?! Eu é que não sei… Mas vou indo…

Agora, pela manhã, o Vini chegou dizendo que descobriu o bluetooth! Comentamos que é uma super ferramenta, mas que estará mais a serviço do marketing do que dos clientes/usuários da tecnologia. Quando você entrar no shoping seu celular vai pipocar com milhares de ofertas especiais feitas “só pra você”!!

Continuo compondo com lápis e papel…

Bjs,
nvs

A Hora da Virada

A noite é especial e convida a atividades diferentes do que o dia. Às vezes, quando engreno em “coisas”que estou fazendo no cair da noite, começa uma espécie de frenesi que não dá vontade de parar. O relógio é o que traz de volta à realidade, dizendo que já é hora de dormir, se não quiser estar quebrado no dia seguinte. É assim, pra quem adquiriu o hábito de acordar, todos os dias, às 7 da manhã.
Mas, de vez em quando, eu aperto aquele botão imenso que tem no meio da mesa dizendo: “fo@#*&-se”, e sigo madrugada adentro perambulando pela casa com uma caneca de chá na mão.
É a hora da virada que me chama!
Vou atrás daquele papel que tinha esquecido, mas no meio do caminho encontro alguma outra coisa que chama a atenção e se impõe para que seja resolvida antes daquela primeira que, à essa altura, voltou ao esquecimento. Não tem importância, à noite é assim mesmo!
O chá sempre acaba no meio de alguma tarefa importantíssima. Droga! Vou até a cozinha e ligo a chaleira elétrica pra fazer outra caneca de chá. Enquanto a água esquenta, vou à lavanderia e dou uma olhada nas ferramentas, lembrando que preciso trocar o reparo da torneira que está pingando lá no banheiro. Mas não é uma boa hora de fazer isso… a chaleira desliga, num click, indicando que a água ferveu.
Volto à cozinha e ponho a água na caneca e, enquanto espero a infusão se concretizar, dou uma olhada na sala pra conferir se as brasas não cairam no tapete. Tudo bem, não foi dessa vez que a casa pegou fogo!
Pego a nova caneca de chá e volto pro quarto do som: o que eu estava fazendo mesmo? Empunho o violão e dou uma olhada no relógio. Putz! 4hs da manhã! Vou ficar podre amanhã. Azar – penso eu.
Toco um pouco e olho pro relógio de novo…tic-tac, tic-tac. Escrevo um verso, tomo um gole de chá. Me dá fome.
Volto pra cozinha e como umas bolachas com o resto do chá. Olho pro relógio, de novo: quase 5hs!! Como pode?!
Vou ao banheiro, escovo os dentes e me rendo aos chamados da minha cama quente e macia que disse que ficou com saudades de mim durante as longas horas que fiquei longe fazendo nada.
Amanhã vou estar podre, vagando pelas ruas morimbundo, pois, mais uma vez, fui seduzido pelo canto doce da Hora da Virada.
bjs,
nvs

Padarias

Padarias

Num dos vários trajetos que faço para atravessar da zona norte, onde moram meus pais, até a zona sul de Porto Alegre, onde eu moro, passo pela Barão do Amazonas. Sempre estou de olho aberto para descobrir lugares novos, principalmente padarias!
Eu amo pão!
Numa esquina da Barão, descobri uma padaria bem ajeitadinha – legal mesmo! Um visual atraente com lustres diferentes e mesinhas convidativas. Alguns petiscos, bebidas e doces, além do pão cheiroso e quentinho, somavam pontos pra essa padaria.
Todos esses quesitos foram colocados em cheque quando cheguei ao caixa pra pagar. Uma parede com um enooorme expositor de cigarros denunciava o verdadeiro nível da padaria.
Acho inaceitável misturar cigarros com comida. Acho uma falta de noção!
Minha busca continua…
Alguém tem alguma dica de padaria boa aqui em Porto Alegre??
Bjs,
nvs

Importante

Importante

Gosto de pensar à respeito do sentido das palavras. Gosto de pensar no sentido literal, nas transformações de significado que elas adquirem com o tempo e na maneira como entendemos esses diferentes sentidos/significados a partir de experiências vividas.
Cada um tem uma experiência de vida particular, por mais que viva em uma sociedade com valores tão massificados! Passamos a usar palavras, com mais ou menos intensidade, em decorrência de eventos que as trazem em destaque. Esse destaque dá um sentido para estas palavras e, muitas vezes, esse sentido é essencial – traz a devida carga de significado que uma palavra pode carregar. Aprendemos a partir daí.
Exemplo? Aí vai:
Uma palavra que passou a ter um sentido profundo pra mim é a palavra “importante”. Sempre usei esta palavra para algo que tinha algum peso a mais do que alguma outra coisa com a qual esse algo dividia o espaço. Podia ser uma idéia, uma coisa, uma situação, um evento. Mas o uso que eu sempre dei à palavra “importante” foi de que o objeto da discussão – sendo ele tangível ou não – era um pouco mais do que o outro, mas, ainda assim, essa situação não era uma sentença definitiva.
O evento que eu vivi e que mudou a percepção do sentido dessa palavra foi relacionado à saúde de uma pessoa muito próxima. Os médicos diziam que essa pessoa tinha uma doença “importante”.
Infelizmente, a pessoa faleceu.
“Importante” passou a ser, pra mim, uma palavra que traz uma sentença definitiva – cabal.
Percebi o código implícito, na linguagem dos médicos, da palavra “importante”. Percebi que eu não tinha a profundidade de percepção do que estava sendo comunicado. Percebi que o “importante” não era “um pouquinho a mais”. Percebi que o “importante” era final – se impunha, de forma incontestável e irremediável, ao resto. Percebi que o “importante” definia a situação e que estava no controle. Percebi que o “importante” era, na verdade, o todo! Era o que dava a condição e sentença do grau em que se encontrava a situação.
“Importante” passou a ser uma definição substantiva e não mero adjetivo.
As pessoas que fazem parte da minha vida são Importantes.
O que é “Importante” pra você?
Bjs e bom final de semana!
nvs

Breve II

Breve II

É inevitável a ligação, dentro da minha cabeça, entre o post anterior e os acontecimentos de hoje no vôo, até agora desaparecido, da Air France. Fiz esse mesmo vôo, pela mesma empresa, até Paris para, depois, continuar até a China, em 2007.
Num breve instante, teoricamente, ao acaso, rompe-se o curso inerte da vida – impõe-se o inesperado!
Por já ter voado muito, sinto um arrepio sinistro nesta história em desdobramento.
Lamento pelas probabilidades fatais.
nvs