A Crise

A Crise

Eu já to de saco cheio dessa crise. Só se fala nisso! São 700 bilhões de dólares de ajuda aqui, 150 bilhões de dólares ali, alívio do compulsório pros bancos da esquina e assim vai… Só uma coisa enche mais o saco do que todo esse papo da crise mundial: é o mantra que repetem indefinidamente de que crise é sinônimo de oportunidade. Isso realmente enche! Falam, principalmente, que as empresas têm que anunciar e investir mais em publicidade para tomar o lugar da outra que está sendo conservadora e não está anunciando. Querem mesmo é vender seu produto: espaço publicitário! No fim do dia é cada um livrando seu rabo!
Mas esse papo todo de crise me leva de volta a pensamentos que tenho sobre o que o futuro nos reserva em termos sociais. Conhecemos o comunismo, do apogeu ideológico de igualdade entre os camaradas da sociedade, passando pelo romantismo tendencioso que prega, ainda hoje, que em Cuba todos têm acesso à saúde – é claro que esquecem de mencionar o restante que degrada o indivíduo no que lhe é mais valioso: a liberdade – até a sua queda literal ocorrida com a derrubada do muro de Berlim.
Conhecemos, por outro lado, o capitalismo com seu ideal vitorioso, leia-se “American Dream”, onde o indivíduo tinha plenos poderes para empreender e multiplicar seu capital, gerando divisas ao país, impostos ao governo e lucros para o seu deleite. O lucro, aliás, sempre foi a mola propulsora que fazia voar alto os mais ousados empreendedores da sociedade capitalista. Por isso, também, sempre foi o alvo das maiores críticas das pessoas de esquerda que vivem em sociedades capitalistas. Tradicional paradoxo existencial!
Há, ainda, a sociedade que podemos chamar de “sociedade de bem estar social”, um pseudo-socialismo, como o modelo francês ainda vigente. É, simplesmente, insustentável.
A crise traz novamente os questionamentos sobre um novo paradigma sócio-econômico. Gosto de ficar pensando sobre isso. O que virá? O comunismo é anacrônico. O capitalismo mostrou seu calcanhar de Aquiles de forma indiscutível quando as cirandas de crédito a perder de vista e as ferramentas financeiras virtuais levaram a esse colapso global dos mercados – todos sentirão, se é que ainda não sentiram, os efeitos dessa crise no seu bolso e no seu dia-a-dia. O caso francês não tem sustentabilidade pra ser levado em consideração como solução global de longo prazo. Então pergunto: como organizaremos a sociedade no que tange a economia e o sustento das pessoas? Qual a nova ordem mundial? Criaremos uma nova forma de escambo e extinguiremos as moedas? Haverá um “padrão água” que será como o velho conhecido “padrão ouro”? Continuaremos com a burra idéia que é preciso seguir produzindo em massa para ganhar escala e baixar custos, levando a produção a países remotos como Vietnã e Indonésia onde os impactos sociais são desconsiderados pelo Ocidente já que não vemos as crianças costurando nossos tênis? Pense nisso quando comprar seu próximo Nike. Ou será que há algum caminho do meio que nos permita viver e trabalhar, tomando cuidado pra não extinguir os recursos do planeta, evoluindo nessa casca que dura, em geral, não mais do que cem anos?
Se alguém souber de alguma coisa, por favor, me avise!
Bjs,
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Monstro do Armário II

Monstro do Armário II

Ontem fizemos uma rápida reunião e pude ler o roteiro e ver um story board de como será o clip de Monstro do Armário. Será divertidíssimo fazer esse vídeo! Sábado faremos as provas de maquiagem e figurino. Estou super curioso pra ver o que vai sair! No domingo faremos a filmagem. Alguém aí tem alguma sugestão do que seria legal aparecer no vídeo? Ou melhor, o que a música Monstro do Armário inspira vocês, em termos visuais? …..lá venho eu com meus delírios….rsrs…..mas me digam!
Bjs,
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Fast Food saudável?

Fast Food saudável?

A TV por assinatura salva, em parte, o desprezível conteúdo dos canais abertos feitos para manter e agravar o “emburrecimento” da população. Num desses canais de notícias internacional, assisti uma matéria absurda que tratava das qualidades da batatinha de uma grande rede mundial de lanches rápidos.
Fiquei chocado ao ver como essa rede de fast food pode acreditar que a sua batatinha frita é uma alimentação saudável, principalmente, sendo, esta batatinha, mero acompanhamento do verdadeiro lixo processado que inclui molhos, queijo e carne que se forem deixados em cima da mesa durarão para sempre. Suuuuuuper natural, não?! O pior não é eles acreditarem, pois não acho que eles sejam tão ignorantes. O pior é eles acreditarem que as pessoas que consomem seu lixo processado acreditam! Degradante!
Essa mesma empresa de fast food faz uma campanha, todo ano, contra o câncer infantil. Já me convidaram para participar e eu não aceitei por acreditar que o melhor que eles poderiam fazer era, simplesmente, oferecer uma comida verdadeiramente saudável para população, principalmente, às crianças. Essa campanha engrossa a lista dos “perversos bonzinhos” que posam de gente boa pra inglês ver.
Falta ordenar as questões importantes na vida de cada um. Claro que cada um sabe de sua vida, mas, se uma pessoa passar a vida inteira sendo bombardeado com informações falsas/duvidosas, o critério usado para discernir o que faz bem e ajuda essa pessoa a ter uma vida saudável, fica comprometido.
Voltamos ao ponto fundamental: educação.
Educação alimentar deveria estar no currículo básico das escolas e ser tratado com primeira importância, assim como as artes e o estímulo às questões filosóficas e existencias, caso contrário, teremos uma frota cada vez maior de moto boys quebrando os espelhinhos da evolução humana!
Nesse final de semana vou pro sítio fazer umas pizzas e colher alguns legumes. Nada melhor!
Bjs
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Brasil – País de Absurdos I

Brasil – País de Absurdos I

Como vocês já sabem, fiz 40 anos no dia 5 de outubro. Muitas coisas que vem com os anos são legais e enriquecem a vida, outras perdem sua validade.
Minha carteira de motorista é uma das que perde a validade!
Entendo que a carteira de motorista tenha um prazo de validade e que, com os anos, perde-se parte da habilidade motora e a visão diminui sua eficiência. Até acho razoável, depois de muitos anos de direção, o motorista fazer uma rápida reciclagem, teste de habilidade motora, de visão e psicológico, já que os anos podem trazer, além da experiência, traumas que desviem um caráter que já foi reto.
Mas não entendo como pode, por simples determinação burocrática, um motorista que por mais de 22 anos dirigiu, sem nunca ter sido causador de nenhum acidente, ter que cumprir todos os ritos como se nunca tivesse chegado perto do banco de motorista de um carro e ter que tirar uma segunda primeira habilitação! Um absurdo! Esses ignorantes que fazem as leis no Brasil não sabem mais o que inventar!
É mais do que um absurdo, é uma vergonha!
Isso enche o saco!
Imaginem só: ter que assistir 6 dias de aulas teórica, mais de 15 horas de aulas práticas, além de marchar numa graninha gorda pros cofres podres desse governo incompetente, que insiste em superar a estupidez do governo anterior, pra poder reaver o direito de dirigir. Estou sendo punido por um órgão público que desfila escândalos de corrupção! Vergonhoso! Dá vontade de vomitar! Argh!
Fico embretado, sem opção, sofrendo os revezes da incompetência administrativa e legislativa de governantes néscios.
Essa é uma daquelas situações que nos deparamos e temos a certeza de que nesse país tudo é nivelado por baixo.
Argh!
Esse é mais um absurdo do Brasil e eu estou indignado!
Bjs,
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Monstro do Armário

Monstro do Armário

Acabamos de fazer a primeira reunião de produção para a gravação do clip do “Monstro do Armário”. Gravaremos no final deste mês e já no início de dezembro o clip estará pronto. Vou mostrar pra vocês, assíduos blogonautas, em primeira mão, as imagens monstruosas, tão logo elas sejam feitas!
Bjs,
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A depressão e o mundo; a inocência e a esperança.

A depressão e o mundo; a inocência e a esperança.

É difícil ficar animado e esperançoso num mundo tão caótico, indiferente e predador. Os ensinamentos fundamentais do ser humano, na sociedade atual, são direcionados à perpetuação da escravatura moderna, onde os trabalhadores extenuam-se durante a maior parte da vida, não para comer, subsistir e engrandecer o espírito, mas para consumir.
O consumo ganhou status cultural de fim que justifica e dá razão à existência.
Não é de se admirar que muitas pessoas tenham, nos dias de hoje, depressão. Depressão contundente e presente como um traço claro do efeito colateral da eterna frustração do inatingível nirvana material.
Mas esse traço perverso do paradigma social se apresenta à medida que a consciência dos processos e dos movimentos da sociedade – massa consumidora manipulável – chega com a experiência de vida. Se a consciência vem, vem a depressão. Lados da mesma moeda. Cara e coroa.
Depressão que é fruto do mundo. Do mundo do homem. Espécie que se adapta e evolui.
Os animais não sofrem de depressão. Ou será que você conhece um passarinho com depressão?!
Será evolução viver em paz com as contradições que vemos e ouvimos todos os dias?
Se assim for, a evolução tratará de me eliminar…
Mas resta a esperança – resta a inocência.
Tenho esperança de um porvir diferente, pois a inocência nasce com cada novo ser. A inocência é a pagina em branco sobre a qual pode ser escrita qualquer história evolutiva, inclusive a nossa. Essa história evolutiva pode ser diferente e focada nas questões essenciais e fundamentais para a verdadeira evolução do homem.
A evolução do homem ganhou, com os adventos tecnológicos e científicos, importantes aliados, que poderão ajudar a escrever, a partir da inocência que se renova a cada nascimento, uma história melhor no futuro.
Por enquanto, nos resta esperar e ter esperança.
Bjs,
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Lei de Incentivo à Cultura

Lei de Incentivo à Cultura

Acompanhei, com certo distanciamento, os escândalos que estão relacionados aos incentivos concedidos através da LIC (lei de incentivo à cultura).
Na verdade, não quero desperdiçar o meu tempo, nem o de vocês, falando dessa ou daquela empresa ou instituição que têm abusado de uma lei manca que apenas serve pra enraizar, ainda mais fundo, as distorções tão comuns do nosso léxico cultural da terra de Gérson!
Claro que gera indignação ver as artimanhas dos que criam os caminhos e articulam as ferramentas para gerar, de forma retilínea, vantagens indevidas, contrariando os preceitos básicos da lei e secando as fontes dos recursos passíveis do benefício. Grande novidade, não?! Afinal de contas, estão seguindo a lei: a lei de Gérson, outra vez!
Imaginar que, de forma escancarada, os benefícios gerados por um arranjo evidente entre patrocinadores e patrocinados, todos rolando com o dinheiro que deveria ser recolhido aos cofres públicos para benefício da população como um todo, transformem-se em proveito privado com recurso público, nada mais é do que farra! Farra, fanfarra e carnaval! País maravilha!
Bom, mas isso é o normal – é assim que as coisas funcionam aqui no Brasil.
A lei, como está redigida, dá margem aos usos transgressores que hoje começam a vir à tona. Acredito que todas as restrições impostas pela lei para tentar evitar o uso indevido é justamente a sua maior fraqueza e a pior armadilha. Penso que colocar a cultura num pedestal onde apenas “agentes culturais” têm a possibilidade de tirar proveito das benesses fiscais baseados em suas habilidades, tradutoras dos hieróglifos artísticos para o povo, é pura charlatanice! Querer restringir o uso do incentivo fiscal em proveito próprio ou para parentes é burrice pura! É dizer para o povo: não invista em sua cultura, pois você não tem apoio para isso!
Ora, se eu quiser pagar um curso de teatro da melhor idade para minha avó, ou aulas de balé para minha sobrinha e abater isso dentro de um percentual permitido por uma nova lei da cultura, qual o problema? O ponto a ser discutido seria quais são as atividades consideradas culturais. Aí sim, entramos numa discussão proveitosa!
Cursos de fotografia, moda, música, teatro, pintura, escultura, dança, esportes, literatura, filosofia, idiomas e mais uma infinidade de atividades, são, a meu ver, culturais e enriquece qualquer pessoa que puder aproveitar algum desses cursos e atividades. Então, destinar uma parte do imposto devido, de qualquer cidadão brasileiro, pra qualquer outro cidadão brasileiro, parente ou não, difunde e democratiza a arte e cultura por inteiro, nas diferentes camadas da nossa sociedade. E melhor: com a capilaridade adequada às diferentes realidades regionais.
É utópico? Pode ser, mas é simples. Requer, justamente, o que falta no nosso país e aos nossos legisladores: respectivamente cultura e capacidade! Talvez, daí a dificuldade em fazer algo eficiente.
A proposta é realmente muito simples: categorizar atividades culturais desde o aprendizado, não esquecendo o próprio ensino, até as manifestações artístico-culturais e permitir que qualquer cidadão que pague qualquer imposto – entre as dezenas de impostos diretos e indiretos que pagamos – destine uma fração deste imposto devido a estas atividades culturais. Assim, estaremos na vanguarda da nova ordem cultural mundial.
Deixe criar, deixe sonhar!
Bjs,
nvs