Casas com varanda são o máximo. Ligam-se com o exterior de forma fluida. Mantém a sensação de proteção, como se ainda se estivesse no interior da casa, mas desnudam a paisagem de forma mais generosa do que uma simples janela.
A varanda onde estou sentado, enquanto escrevo esse post, fica de frente pro mar, há poucos metros dele. Tem muito verde nas duas laterais e, acima do mar à frente, o céu. As amendoeiras, que fazem uma sombra singela na areia da praia, camuflam a varanda pra quem olha do mar e levam pro seu topo o olhar de quem, como eu, fica sentado mirando a paisagem, absorto em pensamentos abstratos.
Enquanto seguia o olhar até o topo de uma das amendoeiras, vi, no alto, um urubu planando. Eu quis ser ele. Acompanhei, por quase um minuto, o vôo imponente e inabalável, que não precisou sequer de uma batida de asas pra se manter vigoroso e firme enquanto levava meu pensamento, como um Boeing em céu de brigadeiro com seus passageiros à bordo.
Um pássaro tão desengonçado no chão, que se alimenta de carniça, tem sua recompensa na magistral performance aérea, que me fez querer ser como ele: um urubu em vôo.
bjs,
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Ontem, pela manhã, quando aguardava para pegar o vôo pra Florianópolis, um senhor, que estava sentado numa fileira de poltronas transversal à minha, levantou e eu pensei que ele tinha ido embarcar. Saí do meu lugar e peguei o dele que não tinha ninguém sentado atrás para bisbilhotar a tela do meu lap enquanto eu escrevia algumas coisas, pois ficava de costas pra uma janelona de vidro que separava a sala de embarque do corredor de desembarque.
Sentei no novo lugar e me ajeitei. Alguns minutos depois, o senhor que estava sentado lá, voltou. Perguntei a ele se gostaria de sentar no mesmo lugar, que agora eu ocupava, mas ele, educadamente, disse que não havia problema e sentou-se ao meu lado, numa cadeira entre duas. Exibindo um sorriso largo e tranqüilo, comentou qualquer coisa sobre o vôo dele estar atrasado, fez uma ligação para alguém querido e depois se voltou pra mim, respeitando a privacidade do que eu estava fazendo no computador, e comentou:
- Sabe, tenho um grupo de amigos, de velhos com mais de 70 – disse – e falei a eles que envelhecer é uma ótima opção.
Fiz uma cara de quem entendeu apenas parte da afirmação. Ele voltou a sorrir e me olhou nos olhos, explicando:
- Disse a eles que envelhecer é uma ótima opção porque a outra não é muito boa – soltou uma gargalhada, levantou e foi embora, me desejando uma boa viagem.
Imediatamente, escrevi esse post!
Bjs,
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Eu não sei se sei, ou se não sei. Nem sempre é assim! Mas muitas vezes, como hoje e nos últimos dias, também, têm sido.
Há tanta coisa acontecendo, tenho opinião sobre boa parte delas, mas, em geral, prefiro observar do que ficar dando pitaco na vida dos outros e nas coisas públicas que acontecem. Sei lá, sempre acho que as coisas serão diferentes no futuro, mesmo sabendo que é o agora que existe e não o futuro, por isso prefiro observar e aprender, na expectativa do desfecho.
Assuntos tão diferentes quanto música e seus instrumentos, técnicas de meditação, mercado de emprego na ásia, entre tantas outras coisas, me interessam. A diversidade é instigante, mas acaba cansando. Mas instiga e depois cansa…..e assim vai.
Na verdade, volto a ter conclusões que já tinha tido em outros momentos. É como aquele professor de física que começa uma aula explanando toda uma situação hipotética e termina, depois de três períodos, numa formula clássica de Einsten e toda a turma faz “óóó”! É o óbvio ululante descortinado pela razão. Sabe do que eu tô falando, né? É isso! Então, depois de chegar, já pela segunda ou terceira vez, na mesma conclusão em diferentes aspectos da minha vida, sei que vai acontecer de novo. Por isso, em geral, observo.
bjs,
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Não tenho o hábito de ficar criticando gêneros musicais ou atitudes de artistas, mas o que anda tocando por aí é muito ruim. É o pior do pior e chega a dar saudades do tempo em que o sertanejo, que é um estilo musical que tem o seu reduto e a sua verdade, dominava a gosto popular.
O funk carioca é, indiscutivelmente, o pior do pior. Nunca um estilo musical de massa, se é que pode ser chamado de estilo musical esse amontoado de desqualificados fazendo ruído, foi tão horrível.
Hoje, pela manhã, enquanto um moleque, dentro de um carro estacionado na frente da Good Music, ouvia, em altos brados, algo muito ruim com o ritmo de funk, fiz uma brincadeira com o pessoal de que pra fazer algo tão ruim assim tinha que ter muito preparo, muita produção e dedicação! Sim, porque não é bem assim pra fazer algo de tão baixo nível e de baixa qualidade. Tem que suar! Tem que ensaiar porque senão, daqui a pouco, sem querer, o cantor acerta uma nota, o som fica redondo e a banda faz o ruído virar música. Mas ser ruim todo o tempo, em toda “música”, sem acertar nada, sem ter a menor melodia, afinação ou ritmo, só consegue se tiver uma produção fabulosa! Somente assim pra fazer o pior do pior! Somente assim pra fazer funk carioca! Eca! Que nojo!
Bjs,
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